segunda-feira, 6 de junho de 2011

Machinarium


É sabido que em toda arte existe o mainstream e o underground. Música, teatro, cinema entre as várias artes. Existem as coisas fáceis e as outras, com qualidade concentrada, raras e consequentemente valiosíssimas. O jogo de hoje é um exemplo disso no mundo dos games. Nos dias de hoje que estamos com gráficos cada vez mais perto da realidade e jogabilidade absurdamente complexa e cheia de artifícios – já prestaram atenção que mesmo sem joystick a jogabilidade no Kinect não é tão simples assim? – Machinarium vence por sua simplicidade ambigua, de visual desenhado à mão desde cenários a interruptores interativos e jogabilidade acessível: o bom e velho aponte e clique. Voltando ao debate sobre a inserção da categoria jogos eletrônicos numa vertente da arte, Machinarium se destaca absurdamente não só pela fantástica jogada de visual produzido manualmente mas também pela sutileza do enredo e da trilha sonora espetacular assinada pelo polonês Tomas Dvorak.

No jogo você controla um robozinho que não tem nome por um mundo surreal meio steampunk, sujo, metálico e apático afim de salvar a sua namorada raptada pelo “Black Cap Brotherhood”, um trio de robôs marginais que aterrorizam a população e que também planejam explodir a prefeitura com uma enorme bomba. E você tem que se esticar e encolher literalmente para impedí-los.

Mesmo sendo um “joguinho bonitinho” com “historinha fofinha” Machinarium testa os hardcore players com quebra cabeças extremamente desafiadores que descartam imediatamente aqueles jogadores que só querem sair atirando e sentem prazer em ver sangue escorrendo na tela. O jogo utiliza também, um simples, mas muito útil e efetivo sistema de combinação de itens adquiridos, artifício muito presente em point and clicks.

Antes de finalizar o artigo quero falar sobre a Amanita Design, a produtora de jogos independentes da República Checa, que desenvolveu por três anos Machinarium. Já no mercado com dois minigames aclamados pela crítica – Samorost e Samorost2 – essa produtora faz seu nome crescer por ser grandiosa ao fazer coisas pequenas, porém peroladas de beleza sutil. Fui profundo agora, não?:D Machinarium que é uma obra prima contemporânea (foi lançado em 2009!) dos games possuindo produção de arte e trilha sonora impecáveis, mas falar tudo sobre ele não caberia aqui. Então que tal baixar o demo do jogo ou o EP das músicas bônus já pra sentir quão belo e instigante ele é?

Edit --
Achei uma coisa que eu tinha de compartilhar com vocês: tutorial para fazer o robô de Machinarium - AWESOME!